9.2.10

O fatalismo

Algo se passa quando percebo que ando na rua a ouvir The Kinks e a sonhar que a minha alma pertence a uma melodia britânica em guitarra acústica (com visões londrinas, uma Union Jack e um sentimento juvenil de Britannia rules the waves), que entro na livraria francesa e sinto que todo o meu pensamento vive ali no meio daquelas palavras, e que depois ando pelos corredores da exposição mais portuguesa possível (Amália Rodrigues) e nada ali me agarra, nada ali me prende, a não ser aquele restinho de tristeza e de arrastar que é o fado, que é tudo aquilo que é o meu país e tudo aquilo que eu não desejo ser. Está tudo lá, só não o quero.

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