Chimes of Freedom foi uma das músicas de Dylan em que o movimento dos direitos civis pegou para tornar o músico num símbolo da luta de uma sociedade pela sua liberdade e pelo pleno uso dos seus direitos.
Para mim, Chimes of Freedom é uma música de amor. Não consigo deixar de sentir isso cada vez que ouço a sua melodia, o seu crescendo recorrente, suportada por versos que falam de lutas e de sacrifícios, de desejos e de violência, de feridas abertas ou da procura de uma paz final. Tudo cresce nessa música para voltarmos à mesma frase: a que diz que enquanto lutamos, podemos estar a ver o que queremos a passar por nós, tanto como imagem idealizada, como pelo que é, simplesmente. Que quando o temos, olhamos muito para ele e pouco nos movemos, gazing upon it, e que quando não o temos, podemos partir uma estrutura ao meio para mostrar que é aquilo de que precisamos. É o que brilha no fundo dessa agitação, a "luz que nunca se apaga", e que concentra o nosso pensamento quando está e não está nas nossas mãos. E pergunto-me, tal como o direito de alguém decidir o que representamos no meio dos outros, como quiseram fizeram nesse momento, se o amor vive para estar nas mãos de alguém.